Carnaval de São Paulo

“Ô abre alas”

A primeira encarnação do Carnaval, o entrudo, chegou ao Brasil com os portugueses no século XVII. Nessa festa típica que acontecia depois da Quaresma, o pessoal brincava de jogar água, ovo e farinha uns nos outros na rua. No século XIX, a folia foi proibida pela polícia e, enquanto os ricos pulavam o Carnaval em bailes da sociedade, a população pobre continuou a festa com desfiles nas ruas com os cordões. O Grupo Carnavalesco Barra Funda, fundado por Dionísio Barbosa, foi o primeiro cordão a circular pela cidade, em 1914. Mais tarde, o cordão deu origem à Camisa Verde e Branco, ainda hoje uma das escolas de samba mais tradicionais de São Paulo.

A Lavapés, fundada em 1937, foi a primeira escola de samba da capital, e em um bairro que pouca gente hoje relaciona ao Carnaval: a Liberdade. O primeiro desfile aconteceu no Parque do Ibirapuera em 1955, com escolas hoje consagradas como Unidos do Peruchê e Nenê de Vila Matilde. Anos depois, a festa foi transferida para a Avenida São João, e então para a Avenida Tiradentes. O Sambódromo do Anhembi, na zona norte da cidade, finalmente se tornou o palco do Carnaval em 1977.

Quais são os destaques do Carnaval de São Paulo?

No desfile das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo no Sambódromo do Anhembi, você vai ver de perto escolas como a Mocidade Alegre, a Unidos de Vila Maria, a Rosas de Ouro e a X-9 Paulistana. Uma boa dica é comprar os ingressos com antecedência. O setor B, que oferece uma vista privilegiada bem no meio da avenida, é o mais caro. Nos dias de desfile, a prefeitura oferece duas linhas de ônibus exclusivas para o Sambódromo, partindo da estação de metrô Portuguesa-Tietê e da Palmeiras-Barra Funda.

Desde 2014, a cidade vem comemorando o renascimento dos blocos de rua, que hoje atraem mais de 15 milhões de foliões. O Bloco dos Esfarrapados é o mais antigo de São Paulo, e desde 1947 sai pelas ruas do Bexiga na segunda-feira de Carnaval. O clima do bloco é bem família, mas os foliões podem escolher entre os mais de 400 bloquinhos registrados na cidade. Entre eles estão o Acadêmicos do Baixo Augusta, que celebra a diversidade e sai da esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Já o Bloco da Ritaleena, que desfila na região de Pinheiros, mistura marchinhas com rock para homenagear a cantora Rita Lee.

Para os pequenos foliões

As crianças também podem participar da brincadeira. A cidade conta com vários blocos infantis e alguns destaques são o ErêTantã Bloco do Brincar, que sai pelas ruas do Butantã, na Zona Oeste, e o Bloquinho do GIZ, que leva a folia para o Minhocão, no centro. O ErêTantã oferece oficinas de máscaras, maquiagem e fantasias. O bloco toca as marchinhas em um volume mais baixo para não assustar os pequenos e também se locomove em um ritmo que todos podem acompanhar. Já no Bloquinho do GIZ a garotada traz mais cor para a capital com desenhos de giz e brincadeiras tradicionais como pular amarelinha e fazer bolhas de sabão gigantes.