Circuito turístico que vem ganhando notoriedade, a Rota das Emoções une alguns dos destinos mais incríveis do país: Lençóis Maranhenses, no Maranhão, Delta do Parnaíba, no Piauí, e Jericoacoara, no Ceará. Já deu pra entender o porquê do nome dessa rota, não é?
O trajeto pode ser iniciado tanto a partir de Fortaleza/CE, sendo Jeri o primeiro destino, quanto a partir de São Luís/MA, tendo os Lençóis Maranhenses como a primeira parada. Para quem tiver tempo, aconselho muito aproveitar para conhecer essas duas capitais, no começo e no fim da viagem.
Eu comecei meu roteiro por São Luís, porque fui em setembro, no fim da época de cheia das lagoas dos Lençóis Maranhenses, então realmente não queria perder tempo para chegar até lá. Vamos aos lugares que conheci, separadamente.
O que conhecer na Rota das Emoções
São Luís, Maranhão
A capital do estado do Maranhão me encantou muito, muito mesmo. Fiquei um dia inteiro para turistar na cidade e fiquei bem feliz por isso.
Comecei o dia passeando pelo Centro Histórico, que já nos mostra a rica influência dos povos europeus que fazem parte da história da cidade. São Luís é a única cidade brasileira fundada por franceses.
A capital abriga ainda a maior quantidade de azulejos portugueses da América Latina, visíveis por todas as ruazinhas do Centro Histórico.
Aconselho conhecer a Casa do Maranhão, localizada no Centro Histórico. A entrada é gratuita e um dos guias do próprio lugar nos acompanhou na visita, compartilhando detalhes da rica história do estado, dos costumes, da gastronomia e também da festa folclórica mais famosa da região, o Bumba meu boi.

Também recomendo visitar o Palácio dos Leões, sede do governo do estado, acompanhado de um guia disponibilizado pelo lugar. A entrada é gratuita e vale a pena, pois o palácio é muito bonito. Aproveite para conhecer ainda a Catedral da Sé, declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Tivemos muita sorte de estar na cidade bem no dia de seu aniversário, 8 de setembro, porque pudemos participar das festividades e assistir a uma belíssima apresentação de Bumba meu boi na Praça Dom Pedro II, além de provar vários quitutes locais (a patinha de caranguejo empanada é uma delícia e tem por toda parte!).
Algo bastante curioso, pelo menos para mim, foi saber que São Luís é considerada a capital do reggae no Brasil, abrigando até mesmo um museu dedicado a esse estilo musical, o Museu do Reggae do Maranhão.
E, olhem só, todo esse passeio pode ser feito a pé! Ótimo pra quem, como eu, busca economizar ao máximo nos passeios.
Quando estava próximo do pôr do sol, pegamos um Uber e fomos até o Espigão, para contemplar o anoitecer. O lugar estava cheio de gente esperando pela mesma experiência e, sem brincadeira, foi um dos mais lindos que já vi!
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Lençóis Maranhenses, Maranhão
Difícil escrever sobre os Lençóis Maranhenses, um dos lugares mais lindos que tive a oportunidade de conhecer na vida! É aconselhado conhecer esse paraíso no período de cheia das lagoas, que vai de maio a setembro. Eu fui em setembro e gostei bastante. Apesar de algumas das lagoas já terem diminuído e outras secado, as principais estavam cheias e foi incrível.
Para conhecer os Lençóis, é possível hospedar-se em Barreirinhas, em Santo Amaro do Maranhão ou em Atins. Eu fiquei em Barreirinhas, pois o acesso é mais fácil e a infraestrutura turística é a melhor da cidade.
De lá, partimos para conhecer o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, fazendo o Circuito da Lagoa Azul, uma das mais famosas do parque. O trajeto de Barreirinhas até os Lençóis é feito em uma jardineira e é, digamos, bastante emocionante (passamos por trechos bem acidentados, dirigindo na areia e no meio do mato hahaha). Mas nada, NADA, nos prepara para o que vemos quando chegamos, enfim, nos Lençóis.

O primeiro contato nos deixou boquiabertos, parece o paraíso na Terra. São dunas, dunas e dunas até perder de vista, de areia branquinha, com inúmeras lagoas lindíssimas em tons de azul e verde. Um espetáculo!
Estejam preparados para o Sol, pois não há sombra e ele não dá trégua! Mas isso torna muito mais gostoso se banhar nas lagoas de águas cristalinas e bem fresquinhas. Estejam preparados também para andar bastante na areia e subir em muitas dunas, sabendo que todo esforço vale muuuito a pena!
Ficamos o dia inteiro por lá, conhecendo várias lagoas, nos banhando, tirando muitas fotos, curtindo essa maravilha da natureza e tendo um “ataque” a cada vista nova que se apresentava. Quando estiver próximo do pôr do sol, escolha um lugar nas dunas e pronto, só aproveitem o espetáculo que é.
Vale a pena visitar também os Pequenos Lençóis Maranhenses, no vilarejo de Vassouras. Não se engane pelo nome: apesar de não ter a mesma magnitude dos Lençóis em si, as dunas são várias, grandes e há diversas lagoas.
Consulte aqui os melhores hotéis em Barreirinhas ou hotéis perto do Parque Nacional Lençóis Maranhenses.
Delta do Parnaíba, entre Maranhão e Piauí
O Delta do Parnaíba é um reduto natural de grande biodiversidade, englobando territórios dos estados do Maranhão e do Piauí.
A região é rica em dunas, mangues, lagoas, praias e animais em seu habitat natural. Nos hospedamos na cidade de Parnaíba, que oferece toda a infraestrutura necessária aos turistas e acesso fácil aos passeios.
Falando em passeios, prepare-se para encantar-se com as belezas únicas dessa região ainda tão pouco conhecida e divulgada.
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Jericoacoara, Ceará
Terminamos nossa viagem pela Rota das Emoções em Jericoacoara, no Ceará, um vilarejo de pescadores super estruturado para recepcionar o turismo na região, que só vem crescendo no decorrer dos anos. Aliás, não poderia ser diferente. Jeri é um lugar único, de beleza e energia incríveis.
É cobrada uma taxa de permanência em Jeri, mas não se preocupe, o valor é bem em conta, e, claro, vale muuuito a pena.
A vila principal encanta demais. Nela, não há ruas asfaltadas, apenas vias de areia fofa. No interior de Jeri, não são permitidos carros não credenciados. O transporte todo é feito por bugues e jardineiras.
Uma dica valiosa: leve dinheiro. Em Jericoacoara também não há bancos ou caixas eletrônicos e nem todos os restaurantes e lojas aceitam cartões.
No caminho até Jeri, conhecemos a lindíssima Praia de Tatajuba, onde almoçamos muito bem e tivemos nosso primeiro contato com as tão características redes suspensas na água do mar, encontradas por toda parte em Jeri.

Passamos, também, pelo Mangue Seco, um lugar muito legal para tirar fotos e bastante diferente do que estamos acostumados:
Em nosso primeiro dia efetivamente em Jeri, fomos conhecer a Pedra Furada, um dos cartões postais do lugar. Fizemos esse passeio de bugue (muito legal!) até a Praia das Conchas, onde descemos e tivemos que fazer uma minitrilha até a Pedra Furada.
Ao chegar na Pedra, encontramos uma fila de turistas ávidos por uma foto, mas, surpreendentemente, a fila estava bem organizada e não tivemos de esperar muito.
Tiramos nossas fotos e, depois, seguimos viagem até a Lagoa Azul e a Lagoa do Paraíso. No caminho, paramos na famosa Árvore da Preguiça, para mais algumas fotinhos.
Para chegar até as Lagoas, passamos por Preá, cidade próxima de Jeri (não se preocupe com as distâncias, dá pra fazer todo o trajeto de bugue!).
A Lagoa Azul foi a primeira. Em setembro, nosso guia nos disse que ela já não está tão cheia, então optamos por não nos alongarmos muito por lá. De qualquer forma, descemos, tiramos umas fotinhos e fomos rumo à Lagoa do Paraíso.
E que paraíso! Sem dúvidas, está aí um lugar que merece um dia inteiro para ser aproveitado em Jeri. Por lá, ficamos muuuito bem acomodados no Alchymist, um clube de praia estruturadíssimo para receber os turistas.
Chegamos perto do meio-dia, o tempo estava maravilhoso. Pagamos a entrada (sim, é um lugar privado, mas, sinceramente, vale muito o investimento) e nos dirigimos até a beira da praia sem expectativas, até que nosso queixo caiu com a beleza na nossa frente.

O mar da Lagoa do Paraíso é uma das coisas mais lindas que já vi na vida. Suas águas de tons de azul diferentes e contrastantes (um clarinho, cristalino, e outro mais escuro, mais para o fundo), banhando uma areia branquinha.
Não demoramos para nos instalar no clube (eles oferecem diversas espreguiçadeiras, há uma área VIP belíssima com custo diferenciado, que parece ser maravilhosa, e o restaurante é delicioso – comi o melhor polvo da vida lá!). Realmente, me surpreendi com o lugar, me senti na Ilha de Caras.
Ah, não deixe de curtir o pôr do sol na famosa Duna do Pôr do Sol de Jeri. Outro dos melhores lugares para esse momento é os morros próximos à Pedra Furada. Além de ter uma vista de outro ângulo desse ícone, você curte um entardecer lindo de morrer. Mas prepare-se para o vento, ele não dá trégua (segurem os chapéus haha).
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